7 de abr. de 2015

COLUNA DO PROFESSOR MACIEL: Na palma da mão

Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver no Universo... Por isso a minha aldeia é tão grande como  outra terra qualquer Porque eu sou do tamanho do que vejo E não do tamanho da minha altura...(...). Fernando Pessoa

            Como na canção “de dentro pra fora, de fora pra dentro”, pela janela do meu escritório em casa o olhar meu observatudo lá fora, a rua, as casas da vizinha, as pessoas que andam a pé, uma ou outra mira para cá, quandome vêem da janela do segundo andar mudamo ver para outro ponto como se fosse proibido o indiscreto olhar para a casa, em mim.
            O poeta de todos os Eus profundos (dele) ou rasos (nossos), nas palavras do Fernando Pessoa transcritas acima, escreve da aldeia, a partir dela vê o Universo, “Porque eu sou do tamanho do que vejo”.
            Olhar é ver onde nossos olhos alcançam.Enxergamos só o real? Meu ideal me cega ou poderá me levar a olhar mais do que vejo? Da minha rua, aldeia cenário que me engana ao parecer que é sempre o mesmo quando não me deparo ante o detalhe mutante,a modificar conforme meu olhar. O universo presente na minha janela é fresta aberta para o mundo.
            Na imensidão dos livros que me cercam e dizem tudo, mantenho a olhar da janela, contemploa aldeia, meu universo em busca das palavras, frases, parágrafos, citações...Dispersos, dependurados nas árvores, enroscados nos fios dos postes, trazidos, levados pelo vento. Antes que todos os dizeres vão embora de vez sem até que eu possa compreendê-los, agora retorno o meu olhar para a tela do computador e, com o alcance do livro O Eu profundo e os outros Eus, visito a “aldeia” do Fernando Pessoa, transportado do meu para o “Universo” dele, com outro trecho poético, que bem cabe na prosa de hoje:
“Nas cidades a vida é mais pequena
Que aqui na minha casa no cimo deste outeiro.
Na cidade as grandes casas fecham a vista à chave,
Escondem o horizonte, empurram o nosso olhar para longe de todo o céu,
Tornam-nos pequenos porque nos tiram o que os nossos olhos não podem dar,
E tornam-nos pobres porque a nossa única riqueza é ver”.

Fases de Fazer Frases
Tudo tem o seu tempo, quando o tempo não é seu.
Olhos, Vistos do Cotidiano (I)
            Antes fosse “dia da mentira”, primeiro de abril. A trágica estatística do trânsito mourãoense: oito pessoas morreram de janeiro até agora. Nem tudo é fatalidade, acidentes e mortes seriam evitados se não existissem imprudência, negligência e imperícia dos condutores de veículos e também de pedestres.
Existem duas fugas: a fuga do problema, que não apenas a estrutura viária; e a fuga criminosa dos que abandonam o local do acidente sem prestar socorro.
Olhos, Vistos do Cotidiano (II)
            “Ministério da Ignorância”é a constatação ao ler e ouvir o texto da propaganda do governo federal sobre o financiamentoestudantil, FIES. Ao informar as novas regras, eis a “pérola”: “O governo ‘abriu novas vagas’”.
            E quando vão abrir “velhas vagas”? Se formos de fato “Pátria educadora”, anunciado pela presidente Dilma (PT), o governo e precisamente o Ministério da Educação devem ser exemplo, pois se a “mãe” for ignorante, os filhos têm elevada a possibilidade de serem seres sem educação, lamentavelmente.
Reminiscências em Preto e Branco
            Certamente contra a vontade dele, rindo ou a resmungar, deu o aceno final e partiu para o sempre, adeus Marco Aurélio Zaramella, 28 de março. 

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